Publicado em Catecismo da Igreja Católica, Teologia

O HOMEM É CAPAZ DE DEUS (II) – SÍNTESE DOS §§ 26-35 DO CIC

E “Deus vem ao encontro do homem” (2º cap.). Abordaremos os parágrafos 27- 73. Iremos até o 1º artigo do 2º capítulo. O 2º e 3º artigo (transmissão da fé e a Sagrada Escritura).

III. O conhecimento de Deus segundo a Igreja: A Santa Igreja atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas. Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade porque foi criado à imagem de Deus (Gn 1, 27).

IV. Como falar de Deus? Dado que o nosso conhecimento de Deus é limitado, a nossa linguagem, ao falar de Deus, também o é. Não podemos falar de Deus senão a partir das criaturas e segundo o nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: porque a grandeza e a beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor (Sb 13, 5). Pois, Deus transcende toda a criatura. Devemos, portanto, purificar incessantemente a nossa linguagem no que ela tem de limitado, de ilusório, de imperfeito, para não confundir o Deus inefável, incompreensível, invisível, impalpável com as nossas representações humanas. As nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus. Devemos lembrar-nos de que, entre o Criador e a criatura, não é possível notar uma semelhança sem que a dessemelhança seja ainda maior, e de que não nos é possível apreender de Deus o que Ele é, senão apenas o que Ele não é, e como se situam os outros seres em relação a Ele.

Deus vem ao Encontro do Homem: Pela razão natural, o homem pode conhecer Deus com certeza, a partir das suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de modo nenhum pode atingir por suas próprias forças: a da Revelação divina. Por uma vontade absolutamente livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem. E faz revelando o seu mistério, o desígnio benevolente que, desde toda a eternidade, estabeleceu em Cristo, em favor de todos os homens. Revela plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo.

Diac. Ueslei Vaz Aredes[1]


[1] Seminarista da Diocese de Itumbiara, no 4º ano de Teologia no IFTSC.